Conceituação
Número de internações por diabetes Mellitus em relação ao total de expostos da operadora no ano considerado.
Método de cálculo
| Nº de internações por diabetes Mellitus | x 10.000 |
Total de expostos |
Definição de termos utilizados no indicador
Internações por diabetes Mellitus: são internações hospitalares decorrentes de diabetes Mellitus, classificadas como E 10 a E 14, do Capítulo IV da CID-10 (OMS, 1997).
Expostos: é definido como o beneficiário que tem o direito de usufruir a assistência à saúde no procedimento em questão, no período considerado.
Interpretação do indicador
- É uma medida de morbidade hospitalar por diabetes Mellitus, no âmbito da operadora.
- Mede a participação relativa das internações por diabetes Mellitus em relação à população exposta da operadora no ano considerado.
- A distribuição das causas de internação – no caso o diabetes Mellitus – reflete a demanda ambulatorial e hospitalar que, por sua vez, é condicionada pela oferta de serviços pela operadora.
- Permite avaliar, de forma indireta, a disponibilidade de ações básicas de prevenção e controle (diagnóstico precoce, tratamento e educação para a saúde) das doenças crônico-degenerativas não transmissíveis.
Usos
- Identificar casos na população beneficiária e orientar a adoção de medidas de controle.
- Avaliar indiretamente o atendimento bem como o monitoramento dos pacientes com diabetes Mellitus.
- Analisar as variações temporais, para a operadora, na distribuição relativa das internações hospitalares de diabetes Mellitus, identificando situações de desequilíbrio que possam merecer atenção especial.
- Contribuir na realização de análises comparativas da concentração de recursos médico-hospitalares disponíveis para tratamento do diabetes Mellitus, para a população beneficiária da operadora.
Parâmetros, Dados Estatísticos e Recomendações
- O diabetes Mellitus vem aumentando sua importância pela crescente prevalência. Calcula-se que, em 2025, possam existir cerca de 11 milhões de diabéticos no País, o que representa um aumento de mais de 100% em relação aos atuais 5 milhões de diabéticos no ano 2000. No Brasil, os dados do estudo multicêntrico sobre a prevalência de diabetes (1987/89) demonstraram uma prevalência de 7,6% na população de 30 a 69 anos (MS, 2001).
- Diabetes Mellitus, como o diagnóstico primário de internação hospitalar, aparece como a sexta causa freqüente e contribui de forma significativa (30% a 50%) para outras causas, como cardiopatia isquêmica, insuficiência cardíaca, colecistopatias, acidente vascular cerebral e hipertensão arterial (Mendonça, 2003).
- O item diabetes Mellitus corresponde a 39% (em média) do total de internações do Capítulo IV (Doenças Endócrinas, Nutricionais e Metabólicas), entre 1998 e 2003, no Brasil (DATASUS, 2004).
- Pacientes diabéticos representam cerca de 30% dos pacientes que se internam em unidades coronarianas intensivas com dor precordial (Mendonça, 2003). A média da taxa de internações por diabetes Mellitus, no período de 1998 a 2003 (SIH, 2004), foi de 7,05 internações por 10.000 habitantes.
Taxa de internações por Diabetes Mellitus* por 10.000 habitantes
Brasil e regiões – 1998 / 2003
Região | 1998 | 1999 | 2000 | 2001 | 2002 | 2003 |
Região Norte | 3,78 | 4,46 | 4,45 | 5,11 | 4,46 | 4,13 |
Região Nordeste | 5,35 | 5,83 | 6,11 | 6,49 | 5,91 | 5,27 |
Região Sudeste | 7,57 | 8,22 | 8,05 | 7,83 | 7,49 | 7,03 |
Região Sul | 6,22 | 7,40 | 9,33 | 9,64 | 9,62 | 8,38 |
Região Centro-Oeste | 5,95 | 7,48 | 7,97 | 8,33 | 7,80 | 8,50 |
Total | 6,44 | 7,09 | 7,42 | 7,55 | 7,15 | 6,61 |
Fonte: SIH/DATASUS; IBGE
* Excluídos os ignorados
Meta
15% abaixo da taxa nacional, que é de 7,05 internações por diabetes Mellitus por 10.000 expostos no período de 1 ano, ou seja, a meta da operadora deve ser de 5,95 internações por diabetes Mellitus por 10.000 expostos no período de 1 ano (nível 3).
Ações esperadas para causar impacto positivo no indicador
• Captar e tratar precocemente os casos de diabetes Mellitus.
• Acompanhar de forma sistemática os casos identificados, no sentido de controle da doença.
• Implementar ações educativas para profissionais, para os diabéticos e familiares, no sentido de remover fatores de risco para o agravamento do quadro de diabetes Mellitus.
• Constituir sistema de informações que permita a definição do perfil epidemiológico (demográfico, de morbidade, de utilização, entre outros) da população beneficiária.
• Divulgar indicadores e metas estabelecidas para as operadoras junto aos prestadores de serviço.
• Sensibilizar e pactuar com os prestadores sobre a importância da prevenção e qualificação da assistência.
Limitações e vieses do indicador
O indicador é influenciado pela contagem cumulativa de internações de um mesmo paciente, pela mesma causa, durante o período analisado.
O sistema de informação utilizado pode não detectar inconsistências na classificação da causa de morbidade informada.
Freqüentemente o diabetes Mellitus não é a causa principal da internação, mas sim uma de suas complicações. O diabetes é a principal causa de amputação de membros inferiores, a principal causa de cegueira adquirida e de insuficiência renal crônica (cerca de 26% dos pacientes que ingressam em programas de diálises são diabéticos) (Mendonça, 2003).
Sugere-se a avaliação desse indicador por faixa etária em função dos diferentes perfis de morbidade por diabetes Mellitus (tipos I e II).
A análise do indicador em populações muito pequenas pode prejudicar sua avaliação. No caso de municípios, Soares et al (2001) explica que quando a população de determinado município for muito pequena, os resultados do indicador podem apresentar dificuldades na sua interpretação. Para evitar problemas desse tipo, deve-se realizar a análise conjunta dos dados, em série de anos ou grupo de municípios.
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