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sexta-feira, 18 de setembro de 2009

TAXA DE INTERNAÇÕES POR INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO

Conceituação

Número de internações por infarto agudo do miocárdio em relação ao total de expostos da operadora no ano considerado.

Método de cálculo


  

Nº de internações por infarto agudo do miocárdio  

x 10.000  

Total de expostos  

 


Definição de termos utilizados no indicador

Internações por Infarto Agudo do Miocárdio: São aqueles casos que demandam internação hospitalar, classificados entre os códigos I 22 a I 23, do Capítulo IX, da CID-10 (OMS, 1997).

Expostos: É definido como o beneficiário que tem o direito de usufruir a assistência à saúde no item de despesa assistencial em questão no período considerado.

Interpretação do indicador

  1. • Mede a participação relativa das internações por infarto agudo do miocárdio em relação à população exposta da operadora no ano considerado.
  2. • A distribuição das causas de internação – no caso, o infarto agudo do miocárdio – reflete a demanda ambulatorial e hospitalar que, por sua vez, é condicionada pela oferta de serviços pela operadora.
  3. • Permite avaliar, de forma indireta, a disponibilidade de ações básicas de prevenção e controle (diagnóstico precoce, tratamento e educação para a saúde) das doenças crônico-degenerativas não transmissíveis.

Usos

  1. • Identificar casos na população beneficiária (especialmente hipertensos e diabéticos) e orientar a adoção de medidas de controle.
  2. • Avaliar indiretamente a qualidade do atendimento prestado aos pacientes com hipertensão arterial e diabetes Mellitus.
  3. • Analisar as variações temporais, para a operadora, na distribuição relativa das internações hospitalares de infarto agudo do miocárdio, identificando situações de desequilíbrio que possam merecer atenção especial.
  4. • Contribuir na realização de análises comparativas da concentração de recursos médico-hospitalares disponíveis para tratamento do infarto agudo do miocárdio, para a população beneficiária da operadora.

Parâmetros, Dados Estatísticos e Recomendações

  1. • Nos Estados Unidos, o percentual de controle da hipertensão (isto é, pessoas que mantêm a PA < 140/90 mmHg) estava em 27,4% entre 1991–94 , e no Canadá, em torno de 29,4%. No Brasil, os dados existentes decorrem de estudos de segmentos populacionais selecionados. Com base nesses dados, o Ministério da Saúde estima que, de 43 milhões de adultos com pressão arterial > 140 mmHg e/ou > 95 mmHg, cerca de 15 milhões (35%) desconhecem a condição. Em relação ao tratamento, a estimativa é de que apenas 3 milhões (7%) estejam sendo tratados e que o percentual de controle se situe entre 25 a 30% (Guimarães, 2002).
  2. • O diabetes Mellitus vem aumentando sua importância pela crescente prevalência. Calcula-se que, em 2025, possam existir cerca de 11 milhões de diabéticos no país, o que representa um aumento de mais de 100% em relação aos atuais 5 milhões de diabéticos, no ano 2000. No Brasil, os dados do estudo multicêntrico sobre a prevalência de diabetes (1987/89) demonstraram uma prevalência de 7,6% na população de 30 a 69 anos (MS, 2001).
  3. • Pacientes diabéticos representam cerca de 30% dos pacientes que internam em unidades coronarianas intensivas com dor precordial (Mendonça, 2003).
  4. • Na faixa etária de 30 a 60 anos, as doenças cardiovasculares foram responsáveis por 14% da totalidade de internações, sendo 17,2% por acidente vascular encefálico (AVE) ou infarto agudo do miocárdio (IAM) resultando em gastos da ordem de 25,7% do total (MS, 2001).
  5. • As doenças isquêmicas do coração (das quais o infarto agudo do miocárdio equivale a 3,7%) correspondem a 13,5% (em média) do conjunto de internações por doenças cardiovasculares no Brasil no período de 1998 a 2003, conforme discriminado abaixo:

 
 

Proporção de internações por causas cardiovasculares

Brasil - 1998/2003

Causas cardiovasculares  

%  


  

.. Insuficiência cardíaca  

33,8  

33,8  

.. Hipertensão essencial (primária)  

10,1  

14,2  

.. Outras doenças hipertensivas  

4,1  

.. Infarto agudo do miocárdio  

3,7  

13,5  

.. Outras doenças isquêmicas do coração

9,8  

.. Acidente vascular cerebral não especificado  

8,6  

15,0  

.. Outras doenças cerebrovasculares  

3,4  

.. Hemorragia intracraniana  

2,3  

.. Infarto cerebral  

0,7  

Fonte dos dados: SIH/SUS  


  


  

A média da taxa nacional de internação por infarto agudo do miocárdio, no período de 1998 a 2003 (SIH, 2004), foi de 2,46 internações por infarto agudo do miocárdio por 10.000 habitantes, conforme discriminado abaixo:

Taxa de internação por infarto agudo do miocárdio por 10.000 habitantes

Brasil e regiões – 1998 / 2003

Região  

1998 

1999 

2000 

2001  

2002  

2003  

Região Norte  

0,72 

0,77 

0,90 

0,94  

0,93  

1,02  

Região Nordeste  

1,10 

1,22 

1,27 

1,39  

1,62  

1,72  

Região Sudeste  

2,78 

3,04 

3,14 

3,15  

3,42  

3,76

Região Sul  

3,09 

3,32 

3,30 

3,38  

3,70  

3,87  

Região Centro-Oeste  

1,43 

1,59 

1,64 

1,70  

1,96  

2,23  

Total  

2,11 

2,30 

2,36 

2,42  

2,66  

2,89  


Fonte: SIH/DATASUS; IBGE

Meta

15% abaixo da taxa nacional, que é de 2,46 internações por infarto agudo do miocárdio por 10.000 expostos no período de 1 ano, ou seja, a meta para a operadora deve ser de 2,09 internações por infarto agudo do miocárdio por 10.000 expostos no período de 1 ano (nível 3).

Ações esperadas para causar impacto positivo no indicador

Captar e tratar precocemente os casos de diabetes Mellitus e hipertensão arterial.

Acompanhar de forma sistemática os casos identificados, no sentido de controle da doença.

Implementar ações educativas para profissionais, para os diabéticos e os hipertensos e seus familiares, no sentido de remover fatores de risco para o agravamento do quadro de diabetes Mellitus e hipertensão arterial.

Constituir sistema de informações que permita a definição do perfil epidemiológico (demográfico, de morbidade, de utilização, entre outros) da população beneficiária.

Divulgar indicadores e metas estabelecidas para as operadoras junto aos prestadores de serviço.

Sensibilizar e pactuar com os prestadores sobre a importância da prevenção e qualificação da assistência.

Limitações e vieses do indicador

A oferta de serviços de um sistema de saúde reflete sua disponibilidade de recursos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros, bem como os critérios técnico-administrativos de pagamento adotados.

O indicador é influenciado pela contagem cumulativa de internações de um mesmo paciente, pela mesma causa, no período analisado.

O sistema de informação utilizado pode não detectar inconsistências na classificação de morbidade informada.

A análise do indicador em populações muito pequenas pode prejudicar sua avaliação. No caso de municípios, Soares et al (2001) explica que quando a população de determinado município for muito pequena, os resultados do indicador podem apresentar dificuldades na sua interpretação. Para evitar problemas desse tipo, deve-se realizar a análise conjunta dos dados, em série de anos ou grupo de municípios.

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