Conceituação
Número de internações por infarto agudo do miocárdio em relação ao total de expostos da operadora no ano considerado.
Método de cálculo
| Nº de internações por infarto agudo do miocárdio | x 10.000 |
Total de expostos |
Definição de termos utilizados no indicador
Internações por Infarto Agudo do Miocárdio: São aqueles casos que demandam internação hospitalar, classificados entre os códigos I 22 a I 23, do Capítulo IX, da CID-10 (OMS, 1997).
Expostos: É definido como o beneficiário que tem o direito de usufruir a assistência à saúde no item de despesa assistencial em questão no período considerado.
Interpretação do indicador
- • Mede a participação relativa das internações por infarto agudo do miocárdio em relação à população exposta da operadora no ano considerado.
- • A distribuição das causas de internação – no caso, o infarto agudo do miocárdio – reflete a demanda ambulatorial e hospitalar que, por sua vez, é condicionada pela oferta de serviços pela operadora.
- • Permite avaliar, de forma indireta, a disponibilidade de ações básicas de prevenção e controle (diagnóstico precoce, tratamento e educação para a saúde) das doenças crônico-degenerativas não transmissíveis.
Usos
- • Identificar casos na população beneficiária (especialmente hipertensos e diabéticos) e orientar a adoção de medidas de controle.
- • Avaliar indiretamente a qualidade do atendimento prestado aos pacientes com hipertensão arterial e diabetes Mellitus.
- • Analisar as variações temporais, para a operadora, na distribuição relativa das internações hospitalares de infarto agudo do miocárdio, identificando situações de desequilíbrio que possam merecer atenção especial.
- • Contribuir na realização de análises comparativas da concentração de recursos médico-hospitalares disponíveis para tratamento do infarto agudo do miocárdio, para a população beneficiária da operadora.
Parâmetros, Dados Estatísticos e Recomendações
- • Nos Estados Unidos, o percentual de controle da hipertensão (isto é, pessoas que mantêm a PA < 140/90 mmHg) estava em 27,4% entre 1991–94 , e no Canadá, em torno de 29,4%. No Brasil, os dados existentes decorrem de estudos de segmentos populacionais selecionados. Com base nesses dados, o Ministério da Saúde estima que, de 43 milhões de adultos com pressão arterial > 140 mmHg e/ou > 95 mmHg, cerca de 15 milhões (35%) desconhecem a condição. Em relação ao tratamento, a estimativa é de que apenas 3 milhões (7%) estejam sendo tratados e que o percentual de controle se situe entre 25 a 30% (Guimarães, 2002).
- • O diabetes Mellitus vem aumentando sua importância pela crescente prevalência. Calcula-se que, em 2025, possam existir cerca de 11 milhões de diabéticos no país, o que representa um aumento de mais de 100% em relação aos atuais 5 milhões de diabéticos, no ano 2000. No Brasil, os dados do estudo multicêntrico sobre a prevalência de diabetes (1987/89) demonstraram uma prevalência de 7,6% na população de 30 a 69 anos (MS, 2001).
- • Pacientes diabéticos representam cerca de 30% dos pacientes que internam em unidades coronarianas intensivas com dor precordial (Mendonça, 2003).
- • Na faixa etária de 30 a 60 anos, as doenças cardiovasculares foram responsáveis por 14% da totalidade de internações, sendo 17,2% por acidente vascular encefálico (AVE) ou infarto agudo do miocárdio (IAM) resultando em gastos da ordem de 25,7% do total (MS, 2001).
- • As doenças isquêmicas do coração (das quais o infarto agudo do miocárdio equivale a 3,7%) correspondem a 13,5% (em média) do conjunto de internações por doenças cardiovasculares no Brasil no período de 1998 a 2003, conforme discriminado abaixo:
Proporção de internações por causas cardiovasculares
Brasil - 1998/2003
Causas cardiovasculares | % |
|
.. Insuficiência cardíaca | 33,8 | 33,8 |
.. Hipertensão essencial (primária) | 10,1 | 14,2 |
.. Outras doenças hipertensivas | 4,1 | |
.. Infarto agudo do miocárdio | 3,7 | 13,5 |
.. Outras doenças isquêmicas do coração | 9,8 | |
.. Acidente vascular cerebral não especificado | 8,6 | 15,0 |
.. Outras doenças cerebrovasculares | 3,4 | |
.. Hemorragia intracraniana | 2,3 | |
.. Infarto cerebral | 0,7 | |
Fonte dos dados: SIH/SUS |
|
|
A média da taxa nacional de internação por infarto agudo do miocárdio, no período de 1998 a 2003 (SIH, 2004), foi de 2,46 internações por infarto agudo do miocárdio por 10.000 habitantes, conforme discriminado abaixo:
Taxa de internação por infarto agudo do miocárdio por 10.000 habitantes
Brasil e regiões – 1998 / 2003
Região | 1998 | 1999 | 2000 | 2001 | 2002 | 2003 |
Região Norte | 0,72 | 0,77 | 0,90 | 0,94 | 0,93 | 1,02 |
Região Nordeste | 1,10 | 1,22 | 1,27 | 1,39 | 1,62 | 1,72 |
Região Sudeste | 2,78 | 3,04 | 3,14 | 3,15 | 3,42 | 3,76 |
Região Sul | 3,09 | 3,32 | 3,30 | 3,38 | 3,70 | 3,87 |
Região Centro-Oeste | 1,43 | 1,59 | 1,64 | 1,70 | 1,96 | 2,23 |
Total | 2,11 | 2,30 | 2,36 | 2,42 | 2,66 | 2,89 |
Fonte: SIH/DATASUS; IBGE
Meta
15% abaixo da taxa nacional, que é de 2,46 internações por infarto agudo do miocárdio por 10.000 expostos no período de 1 ano, ou seja, a meta para a operadora deve ser de 2,09 internações por infarto agudo do miocárdio por 10.000 expostos no período de 1 ano (nível 3).
Ações esperadas para causar impacto positivo no indicador
Captar e tratar precocemente os casos de diabetes Mellitus e hipertensão arterial.
Acompanhar de forma sistemática os casos identificados, no sentido de controle da doença.
Implementar ações educativas para profissionais, para os diabéticos e os hipertensos e seus familiares, no sentido de remover fatores de risco para o agravamento do quadro de diabetes Mellitus e hipertensão arterial.
Constituir sistema de informações que permita a definição do perfil epidemiológico (demográfico, de morbidade, de utilização, entre outros) da população beneficiária.
Divulgar indicadores e metas estabelecidas para as operadoras junto aos prestadores de serviço.
Sensibilizar e pactuar com os prestadores sobre a importância da prevenção e qualificação da assistência.
Limitações e vieses do indicador
A oferta de serviços de um sistema de saúde reflete sua disponibilidade de recursos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros, bem como os critérios técnico-administrativos de pagamento adotados.
O indicador é influenciado pela contagem cumulativa de internações de um mesmo paciente, pela mesma causa, no período analisado.
O sistema de informação utilizado pode não detectar inconsistências na classificação de morbidade informada.
A análise do indicador em populações muito pequenas pode prejudicar sua avaliação. No caso de municípios, Soares et al (2001) explica que quando a população de determinado município for muito pequena, os resultados do indicador podem apresentar dificuldades na sua interpretação. Para evitar problemas desse tipo, deve-se realizar a análise conjunta dos dados, em série de anos ou grupo de municípios.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentário Liberado:apenas para pessoas cadastrada no Blog
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.